top of page

Projeto em Sergipe pode dar autossuficiência em potássio ao Brasil

Um grande depósito de potássio off shore, localizado próximo à costa no estado de Sergipe, poderá dar ao Brasil a autossuficiência no suprimento de cloreto de potássio, do qual o País é altamente dependente de importações.  Trata-se de uma área pertencente à empresa South Atlantic Potash, liderada  pelo experiente engenheiro de minas e empresário Antenor Firmino Silva Júnior, onde existem extensas camadas de sais - cloreto de potássio e cloreto de sódio, situadas acima da camada do Pré-sal. 


O projeto de Sergipe, segundo Antenor Silva Júnior, tem origem em 2010, quando a então MbAC se dedicava a projetos de fertilizantes e identificou a oportunidade de exploração de potássio em áreas do Pré-sal. “Como se sabe, o petróleo do Pré-sal está abaixo de extensas camadas de sal, que incluem cloreto de potássio. Na época, pensamos: por que a MbAC não exploraria esse potássio, já que era uma empresa de fertilizantes?”, diz ele. 

“Uma das vantagens da área de Sergipe é a proximidade da costa, que é de aproximadamente 15km. Além disso, as águas são bastante rasas, com profundidade média do mar de 26 metros, o que facilita e reduz os custos operacionais. Ele explica que, para a extração do potássio, primeiro será feito um poço pioneiro a partir de uma plataforma. Em seguida, devem ser perfurados até 40 novos poços através de sondagem direcional para a formação de cavernas de produção. Para cada caverna formada serão necessários dois poços: um de injeção de água aquecida e outro de extração dos sais. Como se trata de sal, pode-se fazer uma dissolução de forma bastante controlada. Os parâmetros a serem controlados são a temperatura do fluido (que no caso é água do mar), a pressão e a concentração de sais na água. “Por exemplo, se quiser ser mais seletivo e dissolver só o KCl (cloreto de potássio) e não tanto o NaCl (cloreto de sódio), injeta-se uma salmoura com alta concentração de NaCl, evitando dissolver o NaCl e dissolvendo somente o KCl. Com isso, se consegue chegar à concentração que é necessária para o processo. A salmoura é bombeada para a planta, em terra firme, e alí se faz a separação real entre o KCl e o NaCl através de um processo convencional de evaporação e cristalização. 

Segundo Luiz Bizzi, a grande profundidade das camadas de sal favorece a lavra por solução. “No Canadá, as empresas que fazem a lavra subterrânea estão lavrando a profundidades de 1.000m a 1.200m, e quem faz a lavra por solução opera a profundidades maiores. Aprendemos com a Wood que para fazer a lavra por solução, o ideal são profundidades maiores do que 2.000m. Nosso minério está a 2.500 metros de profundidade, e quanto mais profundo, melhor, podendo-se usar técnicas semelhantes àquelas de extração de petróleo por fracking e contando com a pressão litostática que ajuda no sentido de levar a solução saturada em KCl para a superfície. Outro aspecto é que, à medida que aumenta a profundidade a solução salina fica mais quente, o que favorece a solubilidade e, portanto, a recuperação dos sais de potássio. 

Comentarios


bottom of page